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"Somos formados e moldados pelos nossos pensamentos. Aqueles cujas mentes são construídas sobre pensamentos altruístas espalham alegria através de suas palavras e ações. A alegria os segue como uma sombra e nunca os abandona.” (Buda)

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quarta-feira, 12 de maio de 2010

O Estoicismo

Os cínicos foram muito importantes para o desenvolvimento da “filosofia estóica” que surgiu em Atenas cerca do ano 300 a.C.. O seu fundador, “Zenão”, era oriundo de Chipre, mas juntou-se aos cínicos de Atenas após um naufrágio. Reunia os seus ouvintes num pórtico. "Estóico" vem do termo grego que designa pórtico (stoa). O estoicismo iria adquirir posteriormente uma grande importância para a cultura romana. Tal como Heráclito, os estóicos achavam que todos os homens participavam da mesma razão universal - ou do mesmo “logos”. Para eles, cada homem era um mundo em miniatura, um "microcosmos" que refletia o "macrocosmos". Esta teoria levou à convicção de um direito universalmente válido, o direito natural. O direito natural baseia-se na razão intemporal do homem e do universo, por isso não se altera no tempo e no espaço. Neste aspecto, os estóicos tomavam o partido de Sócrates contra os sofistas. O direito natural é válido para todos os homens, inclusivamente para os escravos. As leis dos diversos Estados eram para os estóicos cópias imperfeitas de um direito que se baseava na própria natureza. Assim como os estóicos aboliam a diferença entre o indivíduo e o universo, também contestavam uma oposição entre "espírito" e "matéria".

Segundo eles, há apenas uma natureza. Esta concepção é denominada “monismo” (ao contrário, por exemplo, do claro dualismo de Platão, a bipolarização da realidade). Como verdadeiros filhos do seu tempo, os estóicos eram cosmopolitas. Estavam, portanto, mais abertos à cultura contemporânea do que os "filósofos do tonel" (os cínicos).

Os estóicos sublinharam que todos os processos naturais - por exemplo, a vida e a morte - seguiam as leis constantes da natureza. Por isso, o homem tem de se reconciliar com o seu destino. Segundo eles, nada acontece por acaso. Tudo acontece por necessidade, e de pouco serve lamentarmo-nos quando o destino nos bate à porta. Mesmo as situações felizes da vida devem ser aceites com uma grande serenidade. Esta posição é semelhante à dos cínicos, para quem todas as coisas exteriores do mundo eram indiferentes. Ainda hoje falamos de uma "serenidade estóica", quando alguém não se deixa arrebatar pelos seus sentimentos.
A felicidade, para os estóicos, era um estado de tranquilidade plena, que só poderia ser atingido por meio de uma prática virtuosa. O homem não deveria se preocupar com questões relacionadas com a morte, não deveria se esforçar pelo enriquecimento material, nem deveria sofrer com o cansaço. A única atividade que valia a pena se empenhar é a busca pela sabedoria. Os estóicos defendiam o uso de uma indiferença direcionada a toda forma de prazer e sofrimento. Todas as experiências dolorosas, assim como as prazerosas, são consideradas irracionais porque são paixões, ou seja, vícios, e, portanto, o mal supremo.

Ser indiferente, ou seja, não sofrer nem agir por nenhuma paixão, era ser virtuoso. Dessa forma, o máximo de virtude seria alcançado quando o homem ficasse alheio a tudo, vivendo numa fortaleza interior, tendo como seu tesouro o pensamento e a sabedoria filosófica. Embora o pensamento estóico tenha se dedicado às questões relacionadas às atitudes dos indivíduos, como a moral, essa doutrina também apresenta explicações para o universo e para a maneira como é possível conhecê-la. O conhecimento seria atingido pelos cinco sentidos (tato, olfato, visão, paladar e audição), que captariam as características dos seres. As idéias e os conceitos sobre qualquer coisa são apenas combinações mentais das informações que o ser humano adquire sensorialmente (através dos sentidos).

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